Um ano depois da abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff e 21 anos após o massacre de Carajás, movimentos campesinos, organizações de defesa dos povos quilombolas e indígenas, e parlamentares ocuparam o plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, para marcar o Dia Internacional da Reforma Agrária e renovar a luta pela democracia.
“Tivemos há 21 anos o Massacre de Carajás. Há um ano a deposição da presidenta eleita pelo instrumento mais elementar da expressão da soberania popular, que é o voto. Mas temos a capacidade de transformar a dor em luta. E é por isso que no dia 28 de abril vamos estar em luta “, afirmou José Antonio Moroni, do Colegiado de Gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), convocando todos à greve geral marcada para esta semana em todo o país em protesto contra as reformas trabalhista e previdenciária proposta pelo governo Temer.
O Dia Internacional da Reforma Agrária foi instituído em 2002 como homenagem aos trabalhadores mortos no Massacre de Carajás no dia 17 de abril de 1996, quando 21 trabalhadores rurais foram mortos por policiais militares do Pará em Eldorado de Carajás (PA), durante protestos pela reforma agrária e desapropriação de latifúndios improdutivos da região.
Na avaliação das lideranças e parlamentares presentes à solenidade, as políticas públicas voltadas para o campo sofreram fragilização progressiva, devido à presença ostensiva da bancada ruralista no Congresso Nacional e em cargos de confiança do Poder Executivo. A bancada ruralista tem levado a cabo a “Pauta Positiva-biênio 2016/2017” apresentada a Temer por parlamentares e entidades do agronegócio após a destituição de Dilma.
A reedição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Funai-Incra, a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em maio do ano passado e a reconfiguração da legislação referente à regularização fundiária e reforma agrária são exemplos, na avaliação das lideranças presentes, do aprofundamento de uma política agrária antipopular, consolidando um cenário de injustiça social no campo.
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