Conflitos por terra não são novidade alguma no Brasil, muito menos no Pará, onde milhares de trabalhadores rurais, ativistas e ambientalistas já foram assassinatos por pistoleiros por estarem no caminho de grandes esquemas de grilagem ou ocupação ilegal de propriedades fundiárias. Não raro há grandes empresas ou fazendeiros por trás desses esquemas.
Recentemente tivemos mais um caso de conflito violento na região que pode aumentar as estatísticas fatais no Pará: seguranças da mineradora Vale, que atua no município de Canaã dos Carajás, foram indiciados por lesão corporal após agredirem trabalhadores rurais. Segundo reportagem publicada pelo site The Intercept Brasil, os agricultores faziam reparos em uma cerca de arame que separa a propriedade da família deles da estrada de ferro da mineradora Vale, quando foram agredidos com socos, pontapés, spray de pimenta e coronhadas por ao menos oito seguranças da empresa Prosegur, a serviço da mineradora.
A cerca está em área da mineradora, mas, segundo a família, a empresa não cumpriu com uma obrigação judicial de separar os dois terrenos, o que teria provocado a fuga de animais dos fazendeiros. A Vale alega que eles invadiram a propriedade da empresa e que seus seguranças agiram em legítima defesa. Desde sua chegada à região, a empresa é acusada de uma série de práticas abusivas e ilegais.
Para Alessandra Cardoso, assessora política do Inesc, a área do Grande Carajás, no Pará, é muito estratégica para a indústria de mineração, por concentrar a maior reserva de minério de alto teor de ferro do mundo, além de contar com reservas de outros metais como cobre, níquel e bauxita
“Devido ao seu potencial riquíssimo, a Vale tem uma visão de higienizar a área, cercá-la, ter seu domínio territorial. Temos então um processo de conflito fundiário muito intenso, no qual pequenos posseiros tentam se manter, diante de uma empresa que quer limpá-los dali”, afirma Alessandra na reportagem do Intercept Brasil.
Leia aqui a reportagem completa.
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