Brasília tem um número razoável de salas de cinema, mas a grande maioria concentra-se na área central da cidade. A proporção de salas de cinemas por habitante no país é de 1/65 mil, enquanto que na capital federal é de 1/33 mil. O problema é que do total de 88 salas de Brasília, 60 estão no Plano Piloto e adjascências (Lago Norte, Guará, Sudoeste e Octogonal). Essa concentração toda, como não poderia deixar de ser, afeta a frequência com que os moradores das diferentes regiões do Distrito Federal vão ao cinema.
Enquanto 71% dos habitantes do Plano Piloto costumam ir ao cinema, apenas 17% dos moradores de São Sebastião fazem o mesmo, informa reportagem do site Metrópoles publicada neste domingo com base nos dados levantados pelo Mapa das Desigualdade de Brasília 2016.
Outro dado curioso (e preocupante): das 88 salas de cinema de Brasília, 86 ficam em shoppings. As exceções são o Cine Brasília e o Cine Drive-In. “Os cinemas em shoppings criam um critério socioeconômico. Associa-se o cinema a consumo”, afirma a pesquisadora Elen Geraldes, doutora em sociologia e professora da faculdade de comunicação da UnB.
Regiões populosas do Distrito Federal como Ceilãndia (490 mil habitantes), Samambaia (254.439) e Planaltina (189.412) não têm uma sala de cinema sequer.
O Mapa das Desigualdades de Brasília 2016 foi lançado em dezembro de 2016 foi construído e sistematizado a partir de oficinas participativas realizadas em parceria com movimentos e organizações comunitárias locais, e produzido pelo Movimento Nossa Brasília, Inesc e Oxfam Brasil.
O Mapa das Desigualdades de Brasília se propõe a medir e comparar dados sobre mobilidade urbana, saúde, educação, cultura, saneamento básico e meio ambiente, segurança pública e trabalho e renda de regiões administrativas do Distrito Federal com o Plano Piloto da capital. Os dados foram levantados no IBGE, na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) da Codeplan do DF, e no Fundo de Apoio à Cultura (FAC), também do DF.
Leia aqui a íntegra do estudo Mapa das Desigualdades de Brasília 2016.
Todos os dados levantados vão alimentar a Plataforma Cidades Sustentáveis, sendo publicados online na página do Movimento Nossa Brasília, estando disponíveis para consulta e uso pela sociedade civil para incidência com o poder público em temas que envolvam direitos e políticas públicas nas cidades.
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