Iara Pietricovisky também integra a direção executiva da Abong e o colegiado de gestão do Inesc. O Forus é uma rede global inovadora que capacita a sociedade civil para uma mudança social efetiva. É uma organização que reúne 69 Plataformas de ONGs Nacionais (PON) e 7 Coalizões Regionais (CR) da África, América, Ásia, Europa e Pacifico – juntas representando mais de 22.000 organizações.
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Vivemos tempos difíceis. De um lado um mundo, no limiar de uma explosão de um sistema político predominantemente autoritário e fascista (a não política) e do outro, de uma economia cada vez mais neoliberal, totalitária, que concentra riqueza e homogeniza. Sem falar do risco iminente das consequências do aquecimento do Planeta.
Diante desse cenário preocupante, o papel do Forus é, antes de tudo, ressaltar os princípios inspirados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, do Pacto Internacional relativo aos direitos econômicos, sociais e culturais; dos Acordos da Agenda 2030 e o da Biodiversidade e Clima. Trata-se também de agir numa agenda internacional positiva para além das que estão configuradas pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) e tentar montar o quebra-cabeça do poder no mundo contemporâneo.
O Forus, então, pretende contribuir para outra abordagem da política de modo a transformá-la num espaço real de construção de valores, da ética, do direito de oposição e no qual o conflito contribui para a democracia. A democracia que queremos deve abarcar e valorizar a diversidade, a participação, a igualdade, a liberdade de ser e estar, a livre circulação. Não nos dobramos à servidão voluntária estimulada pelo medo histérico de um mundo real que se desenha na violência, na exclusão e nos imobiliza.
O papel do Forus também é o de buscar uma linguagem comunicacional inclusiva e global, onde todas e todos se sintam reconhecidos nas suas singularidades. O Forus pretende lutar contra as novas formas de dominação que emergem das mídias sociais e das novas tecnologias de comunicação, por exemplo, contra aquilo que atualmente se denomina como fenômeno do “firehosing” com o uso massivo de “fake news”, o que representa um risco real às democracias.
Manter o contato com as nossas bases (organizações e representantes da sociedade civil) é um outro desafio para Forus. Isso implica que nos encontremos, cara a cara, graças às nossas formações e trocas diretas com nossos agentes; implica continuarmos conectados para criar fortes laços e cuidar uns dos outros.
É igualmente importante aprofundar a Iniciativa Global do Forus, que pretende ser uma das contribuições para contrapor a tendência mundial, promovendo um ambiente internacional favorável para o campo da cidadania mundial, tanto no aspecto político como do financiamento.