Representantes de comunidades atingidas pela mineração e de organizações da sociedade civil que lidam com o tema se reuniram mês passado em Canaã de Carajás, no Pará, no VIII Encontro Regional dos Atingidos e Atingidas pela Mineração no Maranhão e Pará, para discutir os impactos da atividade em suas regiões e planejar estratégias de resistência. O Inesc foi representado no encontro pela assessora política Alessandra Cardoso.
Degradação do meio ambiente, inchaço populacional nas cidades, exploração e perda de territórios são alguns dos impactos sofridos por comunidades dos estados do Maranhão e Pará devido à atividade predatória da mineração em suas regiões. Para Alessandra Cardoso, o processo de resistência das comunidades deve está para além das reparações de danos ambientais e sociais, incidindo diretamente no Código Mineral do Brasil, que sustenta o avanço dessa atividade. “Precisamos juntar as nossas forças para construir uma articulação que der conta de tudo isso: de um lado a resistência, do outro de bloquear o avanço da mineração”.
Além dos debates, os atingidos e as atingidas pela mineração fizeram uma passeata pelas ruas de Canaã de Carajás, denunciando as violações causadas pelo sistema mina-ferrovia-porto da Vale/SA e sua duplicação. Por meio de cartazes, panfletos e relatos chamaram a atenção dos moradores do município para o falso discurso de desenvolvimento trazido pela empresa.
“Com o processo de crescimento muito agressivo da atividade mineradora – 500% nos últimos 10 anos -, todo mundo começou a refletir sobre a relação da mineração e as lutas contra a violação de direitos”, lembra Alessandra.