Brasil vai mal em ranking mundial de educação e reforma por Medida Provisória só piora as coisas

07/12/2016, às 14:50 | Tempo estimado de leitura: 5 min
Resultado do Pisa mostra que o sistema educacional brasileiro precisa ser mudado, mas não da forma proposta pelo governo Temer.

Os resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), divulgados esta semana, não deixam dúvidas: a educação brasileira é precária e precisa de mudanças. Os estudantes brasileiros, avaliados em 2015 em três áreas – ciências, matemática e leitura -, não conseguiram uma boa pontuação e assim ficamos nas últimas colocações do ranking, promovido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 70 países. Algo precisa mudar, isso está claro. A questão é: quais mudanças precisamos e queremos?

O governo Temer apresentou a pior das respostas possíveis: uma Medida Provisória (a 746) para reformar o ensino médio, última etapa da educação básica. Editada de cima para baixo, de forma autoritária, essa MP foi construída sem consultar a comunidade escolar (estudantes, professores, funcionários) e especialistas que discutem o assunto há anos. E se aprovada do jeito que está, pode aprofundar os problemas e a desigualdade na educação brasileira.

“Vai ‘precarizar’ a situação daqueles que já estão com a situação muito ‘precarizada’, por exemplo, quando diz que parte da formação pode ser feita fora da sala de aula por instituições que a gente não sabe qual a qualidade delas. Pode ser uma formação profissional precária. Então, a gente vai fazer educação para pobres e para ricos”, afirma Cleo Manhas, assessora política do Inesc, que no início do mês participou de audiência pública na Câmara para discutir o assunto.

Em seu artigo “Evasão escolar e educação de qualidade: com a palavra, os estudantes”, Cleo Manhas afirma que o Brasil precisa de “escolas diferentes e de formação de formadores também diferente”, e que isso vem sendo discutido com jovens de escolas em várias cidades. “Buscamos ouvi-los e ouvi-las para entender o que estão pensando da escola e da educação no século 21 em momento político tão atribulado, com vários riscos e ameaças, mas também oportunidades de insurgências, especialmente dos que estão vivenciando o processo educativo na prática cotidiana das escolas e instituições educadoras.”

Então, com a palavra, os estudantes!

Leia também:

Evasão escolar e educação de qualidade: com a palavra, os estudantes

E vamos aproveitar o assunto e falar sobre crianças, adolescentes e jovens?

Categoria: Notícia
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