A crise política, econômica e social que vivemos no Brasil indica que o ano de 2017 será tão difícil quanto imprevisível, mas independentemente do que acontecer, uma coisa é preciso estar clara para os progressistas e militantes de esquerda no país: não se pode entrar no jogo do ‘quanto pior, melhor’. “Quanto pior, pior”, afirma Selvino Heck, deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990), em artigo publicado no site Sul 21.
No texto, Selvino faz referência a uma fala de José Moroni, do Colegiado de Gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), em reunião do Movimento de Educadores e Educadoras Populares da América Latina (Ceaal) no Fórum Social das Resistências, realizado em janeiro no Rio Grande do Sul.
“Tudo é possível em 2017 ou no próximo período. Pode não haver eleições em 2018. Pode até haver uma intervenção militar. Como também podem surgir oportunidades. Mas é certo que não se resolve a crise só com processos eleitorais. Reconstruir o campo de esquerda só com eleições é insuficiente, senão impossível. É preciso uma Frente Ampla da Democracia que vá além do campo da esquerda. É um processo de médio e longo prazo.”
Para Heck, uma Frente Ampla da Democracia é uma necessidade que se coloca na conjuntura, “assim como a urgência das lutas, das mobilizações, da resistência, no imediato e na conjuntura. Mas sabendo que a reconstrução do Brasil, da democracia, de políticas públicas e sociais com participação popular e de um país soberano, de uma Nação dona de seu nariz, é trabalho de médio e longo prazo. Aliás, como já aconteceu outras vezes na história brasileira”.
Não há outra coisa a fazer, senão recomeçar o Brasil, de alguma forma, em 2017, diz Heck.
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