“Direitos cabem no orçamento; bolsa milionário, não”, afirma assessora do Inesc

30/05/2016, às 11:09 | Tempo estimado de leitura: 3 min
Em entrevista ao Portal Vermelho, Grazielle David defende o fim das regalias e a ampliação de tributos para as camadas mais altas da sociedade

As medidas anunciadas pelo presidente interino Michel Temer (PMDB-SP) apontam para a redução do gasto público – com cortes em políticas e direitos sociais. A justificativa é equilibrar as contas do governo. No entanto, em entrevista ao Portal Vermelho, a assessora política do Inesc Grazielle David, especialista em orçamento público, argumenta que o que não cabe nas planilhas financeiras do Estado é o que ela chama de “bolsa milionário”.

“O que não cabe no Orçamento é a isenção de Imposto de Renda nos Lucros e Dividendos, a carga tributária regressiva que pesa muito mais sobre os mais pobres e a classe média, a sonegação e a evasão fiscal e a dívida ativa da União”.

De acordo com a especialista, o governo interino age de forma irresponsável ao querer implementar medidas que prejudicam o trabalhador, sobre quem já pesa uma carga tributária alta, injusta e regressiva.

“Grazielle ressalta que grande parte da estrutura tributária do país está baseada em impostos indiretos, ou seja, que incidem sobre o consumo de bens e serviços e não sobre a renda e a propriedade. Isso significa que, proporcionalmente, os mais pobres pagam mais impostos, já que possuem renda inferior, mas pagam o mesmo preço que os ricos por produtos e serviços. Além do mais, toda a sua renda é utilizada no consumo, enquanto uma parte importante da renda dos mais ricos acaba convertendo-se em riqueza e patrimônio, cuja tributação é menor”.

A íntegra da entrevista pode ser lida no Portal Vermelho.

Categoria: Notícia
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