Fechamento do lixão da Estrutural tem que levar em conta futuro dos catadores

16/09/2016, às 18:45 | Tempo estimado de leitura: 4 min
É preciso incluir os catadores nos processos produtivos de trabalho para evitar graves impactos sociais e econômicos na região, alerta especialista do Inesc e Movimento Nossa Brasília.

Desde 2012, quando foi fechado Gramacho, no Rio de Janeiro, o título de maior lixão das Américas foi transferido para Brasília, mais precisamente para o lixão da Cidade Estrutural. São milhares de toneladas de lixo que chegam a esse local todos os dias, grande parte produzido pelos moradores mais abastados do Distrito Federal, despejado sem qualquer preocupação ambiental, causando contaminação do solo e subsolo, poluindo o lençol freático e provocando inúmeros problemas de saúde.

Essa situação está para mudar com inauguração do novo aterro sanitário de Samambaia, que fica a 40 quilômetros a oeste do centro do Plano Piloto. Uma questão, no entanto, permanece: o que será dos milhares de catadores de material reciclável que hoje dependem economicamente do lixão da Estrutural?

Julio Campos Alvarenga, geógrafo e mestre em Engenharia Sanitária e Ambiental que atua com o Inesc e o Movimento Nossa Brasília no projeto Pró-Catador, promovendo a capacitação profissional dos catadores da Estrutural e sua organização em cooperativas, faz um alerta: o fechamento do lixão da Estrutural tem que levar em conta os catadores em processos produtivos de trabalho. Caso contrário, afirma Julio, poderá haver “graves impactos econômicos e sociais na região”, afirmou em entrevista ao programa EcoSenado, da TV Senado (veja vídeo abaixo).

Inesc acompanha de perto a desativação do lixão da Estrutural e tem trabalhado diretamente com os catadores de material reciclável que atuam na área, promovendo cursos técnicos e de formação cidadã. Além disso, os catadores têm se reunido regularmente no Fórum Lixo & Cidadania para discutir o processo de inclusão das milhares de pessoas atuam no Lixão da Estrutural.

Leia também: Catadores, sociedade civil e gestores discutem futuro com o fim do maior lixão das Américas

Assista abaixo ao trecho do programa que fala sobre o fechamento do lixão da Estrutural e a importância de sua substituição pelo aterro sanitário de Samambaia (DF). Para assistir ao programa na íntegra, clique aqui.

De acordo com previsão do governo do Distrito Federal, o novo aterro sanitário de Brasília deverá entrar em operação no final deste ano. Sua principal diferença em relação a um lixão é que tem toda estrutura para receber toneladas de lixo sem causar danos ambientais ao solo e aos lençois freáticos (água subterrânea).

Leia também: Vamos falar sobre o Direito à Cidade?

Categoria: Notícia
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