Uma forma eficiente para se combater a cultura do estupro e a violência de gênero no Brasil seria a promoção de educação de gênero nas escolas desde a educação infantil. Quem diz é a adolescente Maria Castanho, 17 anos, integrante do projeto Onda – Adolescentes Protagonistas, que participou de uma audiência pública no Senado Federal instalada para debater o crime e a cultura de estupro, e outras formas de violência de gênero no país.
“Só vejo uma saída: mudar os pensamentos e mudar a cultura. A educação de gênero nas escolas desde a educação infantil seria um passo importante para trabalhar a compreensão e a percepção sensível do outro e da outra”, afirmou Maria durante sua fala. A jovem, que é aluna do ensino médio de uma escola pública de Brasília, dedicou sua participação “a todas as meninas e mulheres que são vítimas cotidianas de uma cultura de violência de gênero” no Brasil, e frisou que é preciso trabalhar a convivência e o respeito entre os diferentes gêneros, desnaturalizar os papéis de gênero e conscientizar meninos e meninas sobre os direitos sobre o corpo e a sexualidade.
Veja a participação de Maria Castanho na audiência no Senado:
Márcia Acioli, assessoria política do Inesc, também participou da audiência pública no Senado, falando logo após a jovem Maria Castanho. “O estupro não começa nem termina com a conjunção carnal. Acontece quando uma pessoa se vê autorizada a subjugar o corpo de outra, objetificando a mulher.” Para Márcia, o pós-estupro é outra suplício para a mulher, porque ela tem que lidar com a desqualificação da vítima, exposição da intimidade e com o despreparo dos serviços públicos que deveriam atender de forma digna e respeitosa as vítimas dessas violências.