Representantes de diversas organizações sociais que atuam na defesa de territórios no Brasil contra violações de direitos humanos provocadas por projetos de mineração reuniram-se semana passada em Brasília (DF) para discutir os impactos socioambientais provocados por esses projetos no país. O caso mais emblemático, como não poderia deixar de ser, é o rompimento da barragem de rejeitos de mineração da empresa Samarco (Vale-BHP Billiton) em Bento Rodrigues (MG), que provocou o maior crime socioambiental do país e que completa um ano de impunidade no próximo dia 5 de novembro.
O seminário, organizado pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, contou com a participação de Alessandra Cardoso, assessora política do Inesc, que tratou da questão fiscal e tributária da atividade mineradora no país. “As compensações financeiras pelo uso de recursos minerais que vão para os governos não são utilizadas para o desenvolvimento sustentável das regiões atingidas”, criticou Alessandra durante sua exposição.
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Durante o seminário, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) denunciou o crime em Bento Rodrigues (MG), que se alastrou por toda a bacia do rio Doce e que está afetando o abastecimento de água de mais de 1,5 milhão de pessoas. Segundo Jackson Dias, do MAB, até agora não há um esforço da Samarco e governos em tentar compensar de forma justa os atingidos. O MAB denunciou também que a mesma empresa e engenheiro que fizeram o relatório de viabilidade geotécnica da barragem rompida da Samarco são os mesmos que fizeram os estudos da barragem de rejeitos que a empresa canadense Belo Sun ameaça construir na região da Volta Grande do Xingu, atingida pela hidrelétrica de Belo Monte, no estado do Pará.
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