No último dia 23, O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) promoveu o festival “Mais direitos, mais democracia”. O evento fez parte das celebrações dos 40 anos do Inesc, com o objetivo de sensibilizar os participantes para a importância da garantia dos direitos humanos e da democracia no Brasil – bandeiras históricas que perpassam todo o trabalho da organização.
A Praça Central, no Setor Comercial Sul, ficou movimentada com muito forró, samba, rap, pop rock, entre outros ritmos. O Forró do B e a DJ Kashuu movimentaram o almoço dos transeuntes. Pela tarde, a animação ficou por conta dos DJs Bola e Eldy, do cantor Eliabe, da batalha de rimas, da oficina de charme com Pegada Black e das apresentações artísticas da companhia de teatro Bisquetes e do palhaço Rafael Trevo. No fim do dia, as Mulheres de Samba fizeram todo mundo dançar e o Distrito Drag, com as drag queens Dionísio, Cássia Labaxúria e Ruth Venceremos, emocionou a plateia. Outro ponto alto foi o lançamento da Cypher dos jovens do projeto “Fortalecendo o Corre”.
“Eu adorei o Festival. Esse tipo de evento, essa celebração toda em torno da democracia e dos direitos humanos, é muito importante nos tempos que vivemos. E a apresentação das drags me fez chorar de emoção!”, relata a geóloga de 26 anos, Larissa Valadão.
“Participar do Festival Mais Direitos, Mais Democracia me trouxe alegria e satisfação, pois em tempos tão difíceis que nosso povo atravessa, saber que existem eventos como esse é de extrema importância. Incentivando a diversidade cultural, unindo as variadas matizes sociais, acolhendo minorias, colocando em pauta assuntos que muitas vezes são deixados de lado e denunciando os ataques diários aos nossos direitos fundamentais. O encontro me deu esperança de um futuro melhor.”, emenda a estudante de direito Maria Heloísa Gonçalves, 22 anos.
A feira ficou movimentada durante toda a tarde. Participantes do “Fortalecendo o corre” – um projeto de inclusão econômica de jovens da periferia – e outros parceiros do Inesc comercializaram produtos e serviços diversos como artesanatos, roupas, cosméticos, entre outros.
Banquinha dos Direitos Humanos
Funcionárias e funcionários do Inesc passaram o dia na Banquinha dos Direitos Humanos. Entre jogos, distribuição gratuita de publicações feitas pela instituição e outros brindes, o objetivo da banquinha era explicar de forma lúdica e simples os temas principais da instituição: direitos humanos, democracia e orçamento público. Durante todo o dia, o local permaneceu rodeado de pessoas, principalmente jovens que passavam pela praça. A estimativa dos organizadores é que, só pela banquinha, tenha passado cerca de 200 pessoas.
Ocupação do Setor Comercial Sul
O Inesc existe há 40 anos, sempre com sede em Brasília. Há uma década a sede está no Setor Comercial Sul, onde circulam, diariamente, cerca de 200 mil pessoas de diversas partes do Distrito Federal, por conta da proximidade com a rodoviária central e estação de metrô. Por isso, em parceria com o coletivo No Setor, a organização decidiu fazer uma comemoração gratuita, aberta e democrática, ocupando esse espaço por onde passa, todos os dias, uma diversidade de pessoas de todas as regiões da cidade.
“O Festival do Inesc, primeiro procurando ocupar o Setor Comercial Sul, local onde habitamos, foi uma iniciativa super interessante e desafiadora porque é como abrir as portas a todos e todas que queiram entender o que fazemos, e mais que isso, convidar as pessoas das ruas para estarem junto conosco nessa luta por mais democracia e mais direitos.”, afirma Iara Pietricovsky, do colegiado de Gestão do Inesc.
História do Inesc
Há 40 anos, o Inesc era fundado por Maria José Jaime, a Bizeh. Por conta da perseguição da ditadura, ela viveu clandestina e exilada por mais de seis anos, mas nunca perdeu a determinação de lutar por uma sociedade verdadeiramente igualitária.
Por meio da atuação da Bizeh, o Inesc esteve diretamente imbricado na elaboração da Lei da Anistia estabelecida no mesmo ano em que o Instituto foi fundado, em 1979. “Estivemos presentes ativamente nos processos que resultaram na Constituição de 88, na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente, no movimento pela moralização da política, entre outros momentos importantes. A história do Inesc se funde com a história da luta pelos direitos humanos e pela democracia, ainda tão atual no Brasil de hoje”, relembra José Antônio Moroni, membro do colegiado de gestão do Instituto.
Veja o vídeo comemorativo de 40 anos:
Saiba mais sobre a história do Inesc na nossa linha do tempo.
Inesc hoje
Hoje o Inesc atua principalmente como facilitador, colaborando para simplificar o entendimento do orçamento público pela população. Preparando jovens, adultos e movimentos sociais para compreenderem esse importante instrumento de distribuição do dinheiro público e, a partir daí, fiscalizar e cobrar do Estado o respeito aos direitos fundamentais.
Produção de informação, análises e incidência política são outras frentes de atuação do Instituto. Atualmente, o trabalho do Inesc está organizado em sete eixos: Orçamento e direitos; Crianças, adolescentes e jovens; Direito à cidade; Raça, Gênero e Etnia; Reforma política e democracia; Socioambiental e Amazônia e Agenda internacional.
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