Morreu no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (10/11), aos 77 anos, o socioambientalista, educador, filósofo e pesquisador Jean-Pierre Leroy, membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA), assessor da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) e ex-membro do Conselho Diretor do Inesc. Foi vítima de um câncer, contra o qual lutava há vários anos.
Leroy era francês naturalizado brasileiro e acompanhava há mais de 40 anos o processo de ocupação da floresta amazônica e a disputa de terras no Pará. Foi relator nacional para o direito humano ao ambiente e produziu diversos relatórios sobre a violência e as ações de grileiros e madeireiros contra pequenos agricultores no Pará. Fez várias visitas à região com a irmã Dorothy Stang, que acabou assassinada em 2005, em Anapu, no Pará, por pistoleiros.
“Era um homem íntegro, coerente em suas convicções políticas. Um anjo do bem”, afirmou Iara Pietricovsky, do Colegiado de Gestão do Inesc, ao saber da morte de Jean-Pierre.
Jean-Pierre Leroy chegou ao Brasil na década de 1970. Era padre e atuou como religioso na região do Pará. Era mestre em Educação pelo Instituto de Estudos Avançados em Educação, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e foi coordenador do Programa de Pesquisa sobre Campesinato em Áreas de Fronteira, Assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Programa Nacional Fase Amazônia.
Sempre atuou em favor da organização dos trabalhadores, dos direitos dos indígenas e de outros povos tradicionais, da justiça ambiental e, mais recentemente, dos bens comuns. Também lutava contra desigualdades e discriminações e pela universalização dos direitos sociais, ambientais, econômicos, culturais e políticos.
Saiba mais sobre Leroy no site da Fase.