Após quase duas semanas de negociações, a Rodada Doha, no âmbito das negociações da Organização Mundial do Comércio, fracassou na tentativa de ampliar a liberalização do comércio mundial. A incompatibilidade de interesses dos diversos países é apontada como a principal causa para o fracasso. A reunião, que começou no dia 21 de julho, e terminou oficialmente no dia 31.
O Inesc se posicionou sobre o episódio de forma clara: “a Rodada de Doha da OMC voltou a tropeçar devido à imposição da pauta pelos países desenvolvidos”, afirmaram Iara Pietricovsky, do Colegiado de Gestão do Inesc, e Edélcio Vigna, assessor para Políticas de Reforma Agrária e Soberania Alimentar, em artigo publicado no site da instituição (conheça a íntegra). Para eles, países emergentes, como a China e a Índia não se curvaram diante das ambições dos Estados Unidos e da União Européia. A avaliação é de que o Brasil, que ficou intermediando as propostas, pode ter tido sua liderança na OMC maculada. E agora, é preciso “voltar-se para a integração sul-americana e cuidar das feridas abertas no âmbito do Mercosul”.
A posição brasileira foi criticada, afirmou a Agência de Notícias Adital. Conforme a agência, o Parlamento do Mercosul aprovou uma declaração contrária à posição brasileira com esperanças de que a declaração, aprovada por unanimidade, influenciasse as negociações.
O documento foi encaminhado às chancelarias dos países do Mercosul. Nele, os parlamentares afirmaram seu apoio à unidade do Mercosul e do G-20 nas negociações. Eles manifestaram seu entendimento de que essa Rodada deveria resultar em uma abertura dos mercados agrícolas das nações industrializadas e a convicção de que Mercosul e o G-20 poderiam conciliar seus interesses diversos, mas convergentes, mantendo uma coesão diante das negociações da OMC.