Seminário discute privatização da democracia

04/05/2016, às 17:57 | Tempo estimado de leitura: 4 min
O Inesc participará de uma das mesas de debate com a assessora política Grazielle David.

Qual a relação das grandes corporações empresariais e a democracia? Como essas empresas globais atuam e contribuem para a fragilização dos estados democráticos? Quais os limites da relação entre os setores público e privado? Essas e outras questões serão discutidas no seminário Captura Corporativa e Privatização da Democracia que a Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip) realizará entre os dias 5 e 6 de maio em São Paulo.

Grazielle David, assessora política do Inesc, participará do evento na mesa “Captura corporativa como força impulsionadora da desigualdade”, das 15 às 16h30, juntamente com Nick Galasso (OUS/Oxfam EUA) e Armando Mendonza (Oxfam). A mediação será de Kátia Maia, da Oxfam Brasil.

Confira aqui a programação completa do seminário.

“As grandes corporações, em sua maioria multinacionais, são muito mais ricas do que você imagina. São super-ricas. E ficam mais e mais ricas a cada dia que passa. Existem duas razões principais para isso”, afirma Grazielle David.

“A primeira é que essas grandes empresas pagam menos impostos, proporcionalmente, do que as micro e pequenas empresas e do que as pessoas físicas, devido às diversas possibilidades de elisão fiscal e às manobras de sonegação fiscal e evasão fiscal para paraísos fiscais. A segunda é que os impostos pagos pelas micro e pequenas empresas, e pelas pessoas físicas, especialmente pobres e classe média, vão para o bolso das grandes corporações, por meio das injustificadas renúncias tributárias e dos desproporcionais refinanciamentos tributários de dívidas ativas junto aos Estados.”

O resultado desse perverso sistema? “Desigualdades cada vez maiores, impactando na oferta de políticas públicas, na promoção de direitos, na segurança, na educação, na qualidade de vida das pessoas em todas as nacionalidades.”

O Inesc participa de campanha internacional, “Que as Transnacionais Paguem o Justo”, para exigir que as grandes corporações globais paguem a sua parte em impostos e tributos. A campanha denúncia o uso de paraísos fiscais por essas empresas para esconder de maneira ilegal e imoral grandes volumes de recursos, o que prejudica principalmente países em desenvolvimento, que ficam sem dinheiro para promover políticas públicas.

Produzimos um vídeo de animação que explica o que entendemos por justiça fiscal. Confira!

Leia também:

Regras fiscais internacionais continuam nas mãos do clube dos ricos

Série explica porque as transnacionais têm que pagar o justo

Categoria: Notícia
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