Campanha: E Fora dos Stories? Como tá a Educação?

A Campanha “E Fora dos Stories? Como tá a Educação?” foi organizada pelo Inesc e a Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala que, em 2021, acompanharam de perto o desfinanciamento da educação e os seus impactos diretos nas desigualdades entre os estudantes.

Em resposta a esse desmonte, o Inesc criou um espaço para que as próprias e próprios estudantes da rede pública de educação se mobilizassem via redes sociais para juntar 6 mil assinaturas em uma petição que pressionasse os poderes Executivo e Legislativo a cumprir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE): 10% do PIB no ensino público até 2024.

Essa petição foi entregue em julho de 2022, no Congresso Nacional, pelas mãos de meninas que acompanharam oficinas de formação em Direitos Humanos e Orçamento oferecidas pelo Inesc.

Uma das fontes que reforçaram a necessidade de atuar por uma educação de qualidade – principalmente após o conturbado período de pandemia da Covid-19 – foi uma pesquisa da Vox Populi encomendada pelo Inesc, com apoio da Rede Malala. O levantamento entrevistou 2 mil jovens de 15 a 19 anos de todo o Brasil, sendo que 87,7% delas/deles são do ensino médio em escolas públicas. As (os) entrevistadas (os) revelaram que:

não recebeu qualquer equipamento para o EaD;	horas é o tempo que alunas (os) de escolas públicas estudaram a menos por ano que as (os) de escola particular.	de estudantes pretas (os) não tinham nem celular!
não tinham computador para estudar: passaram dois anos assistindo aulas no celular, com pacote de dados que não durava o mês inteiro.	deixaram de estudar por um ano ou pelos dois anos de pandemia — índice que sobe para 26,3% entre as (os) pretas (os).	de estudantes pretas(os) tiveram um ensino remoto ruim ou péssimo comparado aos estudantes brancos.

O Inesc acredita que as desigualdades apontadas pela pesquisa foram resultado da política de desmonte da educação, adotada pelo governo de Jair Bolsonaro: o investimento em educação, em 2020, foi R$ 30 bilhões menor do que cinco anos antes. Mesmo durante a pandemia e com novas necessidades, houve menos recursos na educação. O Enem, então, foi o menor em 16 anos, com 53% menos inscritos que em 2020 e 77% menos pessoas isentas da taxa de inscrição.