“Gerar tributos sobre a riqueza é uma das respostas que os governos devem dar à crescente desigualdade que o mundo está enfrentando”, defendeu a economista Nathalie Beghin, membro do colegiado de gestão do Inesc, durante webinar internacional que ocorreu na manhã desta quinta-feira (11).
Em um contexto global em que os cinco homens mais ricos do mundo mais que dobraram suas fortunas desde 2020 em detrimento do empobrecimento de quase cinco bilhões de pessoas, segundo dados da Oxfam, Nathalie chamou a atenção para a crescente desigualdade mundial que “vem acompanhada de miséria, fome e destruição do planeta”.
De acordo com ela, esses problemas não serão resolvidos com soluções vindas do setor privado. “São necessários recursos e eles devem ser públicos, pois o Estado tem a obrigação de garantir os direitos humanos”, sublinhou.
Para isso, é preciso incrementar a arrecadação pública, que deve vir daqueles que, proporcionalmente, pagam pouco ou nenhum imposto, como é o caso dos super-ricos. “O melhor exemplo dessa profunda injustiça é quando um dos homens mais ricos do mundo, Warren Buffett, declara que paga uma taxa de imposto menor do que a de sua secretária. E isso não é incomum, pois as pessoas mais ricas do mundo não pagam tributos ou pagam muito poucos”.
Nathalie destacou ainda que o lugar adequado para discutir a taxação da riqueza são as Nações Unidas. “É o espaço multilateral mais democrático e inclusivo que dispomos, onde todos os Estados têm voz. E, mais especificamente no âmbito da Convenção das Nações Unidas para a Cooperação Tributária Internacional, que está sendo construída neste momento”.
O webinar foi promovido pelo pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em conjunto com o BRICS Policy Center, um grupo de estudos vinculado ao Instituto de Relações Internacionais da PUC do Rio de Janeiro. Também participaram representantes do Fundo Monetário Internacional, da ONU, da OCDE e do Ministério da Fazenda.
Assista a íntegra (em inglês):