Uma sociedade igualitária entre os gêneros ainda parece ser uma realidade distante para o Brasil, é o que aponta relatório da ONG Save the Children, divulgado terça-feira (11/10). O índice, que mede as oportunidades referentes à saúde, desenvolvimento, relacionamentos e educação de meninas, coloca o país em 102a. posição. Os dados levam em conta 144 países.
Em todo o continente americano, o país fica à frente apenas da Guatemala e Honduras, no ranking que considera dados sobre o casamento infantil, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representação das mulheres no Parlamento e conclusão do estudo secundário.
O relatório dá destaque à posição do Brasil no ranking, afirmando que o país tem renda média superior e está apenas ligeiramente acima no ranking do “pobre e frágil Haiti”, que aparece em 105o. lugar.
A falta de representação da mulher no Congresso é um dos destaques negativos para a condição de igualdade entre meninas e meninos no Brasil. Por meio de barras coloridas, o gráfico deixa evidente a grande contribuição do parlamento brasileiro para a perpetuação da falta de oportunidades a meninas, como também o casamento infantil e a escolaridade. Segundo dados da União Parlamentar, o Brasil ocupa a 155a. posição no mundo em números de mulheres eleitas para o Parlamento – tem hoje 51 deputadas federais (entre os 513 da Câmara dos Deputados eleitos em 2014).
Leia também:
O retrato da política brasileira: branca, masculina e proprietária
A ONG Save the Children esclarece que “os piores lugares para ser uma garota são os países mais pobres do mundo”, sobretudo na África subsaariana. Outro dado que chama atenção é o desempenho aquém do esperado dos países mais ricos.
O relatório leva em conta a mortalidade materna, estimada a cada 100 mil habitantes; a gravidez entre jovens com idades entre 15 e 19 anos a cada mil partos; e mulheres que se casam com menos de 18 anos, conclusão do ensino médio e representação feminina parlamentar.